O Brasil precisa acordar para uma realidade que já domina o cenário internacional: as patentes como garantia de pagamento. Enquanto o mundo se move em direção a uma economia baseada em conhecimento e inovação, estamos aqui presos no passado, valorizando apenas ativos tangíveis e ignorando o verdadeiro potencial da propriedade intelectual. É hora de abandonar essa mentalidade ultrapassada e adotar uma abordagem ousada e inovadora para obter mais e melhores financiamentos.

Não podemos deixar de tomar como exemplo o caso do Silicon Valley Bank (SVB), que fracassou devido à sua falta de visão. Bancos inteligentes aproveitam as patentes como garantia para impulsionar crescimento das empresas. É inegável que as patentes são ativos valiosos, capazes de gerar receita e atrair investidores. No entanto, aqui no Brasil, a maioria dos fomentadores do crédito continuam presos a uma mentalidade antiquada que privilegia ativos tangíveis e deixa as empresas lutando – muitas vezes sem êxito – por financiamento.

É hora de mudar esse paradigma e começar a valorizar as patentes como verdadeiros tesouros nacionais. É preciso criar um ambiente propício para que as empresas possam usar suas patentes como garantia para obter empréstimos e investimentos, e com isso colocar suas invenções para o benefício da sociedade e desenvolvimento econômico do país. Isso não só fornecerá capital vital para o crescimento e inovação, mas também aumentará a confiança dos investidores e impulsionará nossa economia para o futuro.

No entanto, é preciso ter cuidado ao usar patentes como garantia. É fundamental entender o valor real de uma patente e identificar aquelas que são adequadas para essa finalidade. Além disso, é necessário estabelecer um sistema eficiente para registrar e proteger os interesses de segurança relacionados às patentes. Sem um processo adequado de securitização, corremos o risco de não aproveitar todo o potencial das patentes como garantia e comprometer a recuperação de investimentos em caso de inadimplência.

Já passou da hora de abraçar o futuro e reconhecer o valor das patentes como garantia. Se queremos impulsionar a inovação, atrair investimentos e promover o crescimento econômico, precisamos garantir que nossas empresas tenham acesso a financiamentos adequados. É hora de transformar as patentes em ativos valiosos e desencadear uma nova era de prosperidade no Brasil.

O mundo está avançando, e não podemos ficar para trás.

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Cristiano Prestes Braga – Advogado. Mestre em Propriedade Intelectual e Transferência de Tecnologia para Inovação (IFRS). Pós-graduado em Direito Processual Civil (ABDPC).
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