Um dos grandes desafios enfrentados pelas empresas é demonstrar efetivamente sua capacidade e atividade inovadora. Em um cenário competitivo, a inovação é um diferencial crucial, mas avaliar e comunicar o verdadeiro alcance da inovação permanece uma tarefa complexa.

A literatura especializada oferece uma variedade de metodologias e indicadores para medir a inovação. No entanto, muitos desses indicadores são intrinsecamente subjetivos e dependem da interpretação e aceitação do que é apresentado. Essa subjetividade é amplificada pela relutância das empresas em revelar detalhes sobre suas inovações, frequentemente por questões de confidencialidade e segurança comercial.

Nesse contexto, o portfólio de patentes surge como um indicador robusto e transparente da atividade inovadora de uma empresa. As patentes representam não apenas a capacidade de inovação, mas também o compromisso da empresa em proteger e capitalizar suas inovações.

De acordo com a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), as patentes trazem vantagens significativas como indicadores de inovação. Elas são mensuráveis, conferem direitos de propriedade exclusivos, incentivam o investimento em pesquisa e desenvolvimento (P&D), e ajudam na disseminação do conhecimento técnico.

Contudo, é essencial reconhecer que o número de patentes por si só não é um indicador absoluto de inovação. A inovação é um conceito multifacetado que engloba aspectos técnicos, conceituais e de mercado. As patentes refletem a intencionalidade da empresa em inovar e proteger suas inovações, mas não capturam toda a amplitude e profundidade do processo inovador. Ainda assim, elas são um componente valioso no conjunto de indicadores utilizados para avaliar a inovação, fornecendo insights sobre a direção, intensidade e natureza da atividade inovadora de uma empresa.

Portanto, enquanto as empresas continuam a navegar no complexo território dos indicadores da inovação, o portfólio de patentes se destaca como uma ferramenta valiosa para ilustrar e avaliar seu compromisso e capacidade de inovar, comunicando ao mercado e aos investidores que a inovação está na pauta e está em atividade permanente.

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Cristiano Prestes Braga – Advogado. Mestre em Propriedade Intelectual e Transferência de Tecnologia para Inovação (IFRS). Pós-graduado em Direito Processual Civil (ABDPC).
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